sábado, 30 de junho de 2007

Não poesias

Hoje, não me faça poesias
Quero mais que palavras
Mais que frases combinadas
Bem mais que falas em rimas
Quero suas crônicas em minha pele
Que viva uma epopéia em meu corpo
Escreva com seus dedos a minha geografia
Quero sentir estribilhos dentre as pernas
Preencha as lacunas dos meus sussurros
Musique o meu gemido e retire
a melodia das minhas curvas
Conte dramas em minha boca
Enumere minha freqüência cardíaca
Descreva os meus poros dilatados
Sublinhe meu corpo com seu cansaço
Disserte pensamentos ao meu ouvido
Faça-me por uma noite ser seu soneto
Grafite em meus pelos o seu amor
E me romanceie em seu suor
E assim então...

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Campanha: Pró- inteligência masculina!

Antes de começar só quero que saibam, estou surtando conscientemente!
Bem, depois de bastante pesar e pensar resolvi organizar uma revolta feminina, uma campanha dizendo: MENINAS NÃO DÊEM!!! Sim, seria uma greve de sexo feita por mulheres solteiras. Tirei a conclusão que os homens precisam se masturbar muito, mas muito mesmo para se tornarem verdadeiros homens. Não estão entendendo, continue lendo e tudo se esclarecerá.
Estou cansada de canalhas na minha e na vida de minhas amigas. Não to dizendo que falta homem no mercado não, pra mim nunca faltou, até eu começar a perceber o que é homem de verdade. Se não fosse triste seria cômico, mas a realidade é que vamos ficando mais velhas e bem mais exigentes. Para você imaginar eu até um tempo atrás achava um despropósito ouvir uma mulher dizer que faltava homem no mercado. Imagina eu, ria com meus olhos verdes, estufava meu par de seios 44 e num belo sorriso chamava a fulana de louca, mal resolvida, mal amada, etc e tal, pois pra mim não faltava telefonemas, convites de rapazes “interessantes”. Bem, hoje vejo que a seqüelada era eu! Os rapazes interessantes só eram interessantes porque eu não saia com eles, não me decepcionava! Hoje eu grito: FALTA HOMEM SIM, HOMEM DE VERDADE! Falta homem que seja mais que um pinto dentro de um carro popular encerado todo sábado de manhã! Falta homem que seja uma boa companhia, que seja inteligente, bom de papo.
Voltando a campanha, MENINAS NÃO DÊEM! Quero justificar este protesto dizendo que nós mulheres não temos homens melhores porque eles sabem que não precisam nos dias de hoje, ser mais do que são para conquistar uma fêmea e satisfazer seu desejo de procriador (eles nem sabem disso, e nem fazem sexo conscientemente para procriar, mas os hormônios que os conduzem tem sim esta função bem definida a milhares de anos). Vamos lá, nós fêmeas modernas, sim, gostamos de dar, de dar bastante, mas de dar bastante a um macho só, mesmo que dure pouco, queremos que dure o suficiente para ter uma estória legal e uma imagem bacana do cara, carinho mesmo pela pessoa! Aposto que 99% das mulheres pensam assim, e só dão esperando que o cara ligue no dia seguinte, para antes de dar tenha uma companhia para jantar, ir ao cinema, beijar, cafuné... Essas coisinhas gostosas de se fazer a dois. Meninas se querem as coisinhas gostosas eu digo, não dêem, pois eles precisam ir embora pelo menos umas boas noites com dor nas benditas bolas, e assim quem sabe, se esforcem para conseguir o que desejam, se esforcem para serem educados, gentis, enfim, conquistadores.
Mas hoje em dia vemos garotos entediados com belas moças, todas são iguais, nenhum desafio, tudo muito fácil... Mulheres acordem! Sim temos a liberdade em nossas mãos, temos direitos iguais aos dos homens, mas, isso não significa que temos que agir como eles, porque está bem claro que o que satisfazem eles nem sempre agrada a nós, ou vocês gostam de passar o domingo de manhã lavando o carro? Ou será que preferem ficar enroladinhas na cama com seu amor? Vamos assumir isto! Vamos deixar de ter vergonha de dizer que somos frágeis e sentimentais, e queremos um sujeito no mínimo educado e provedor ao nosso lado. Imagine que um dia desses uma amiga minha me contou que um cara teve a capacidade de chamá-la de chata só porque ela não queria dar pra ele... Isso me causou uma revolta, este fulano teve sorte de não ter falado isso pra mim, porque senão ele seria facilmente reconhecido na rua, pois teria a marca de meus cinco dedos na face dele até hoje! Já aconteceu de eu expulsar mocinhos de meu carro, sim botar pra fora usando toda a minha educação e paciência porque o cara achava que eu tinha obrigação de dar pra ele... Esses tipos são os mais burros porque nem percebem que se eu estivesse com vontade de dar, daria. Mas eles nem isso conseguiam despertar em mim de tão imaturos e insensíveis! Aff! Totalmente sem noção! Quem sabe esses ficaram um pouquinho mais inteligentes depois de saírem do meu carro direto pro banheiro! KKKKKK
Mais uma vez: MULHERES NÃO DÊEM! Campanha Pró-inteligência masculina. Está agora em nossas mãos! Mas se mesmo assim quiserem dar, pelo menos esteja consciente que na maioria das vezes você é mais um número. Eu sei que ser um número às vezes é bom, mas creio que queremos muito mais que isso!

terça-feira, 12 de junho de 2007

O seu jogo

De blefe em blefe você vai jogando
e acha que eu não percebo.
Quem acha acaba se perdendo e perdendo.
A banca nunca se engana meu amor !!!
Aposta muito alto em você mesmo!
Tolo é achar que te sobram as roupas
Gastou tudo nas suas juras,
e já perdeu até suas cuecas sujas.
Por falar demais meu amor !!!
Dadas as cartas uma vez,
a única coisa que lhe resta é respeitar as regras
mas você insiste em bancar o esperto, ai, ai...
Você já está nu e o que eu vejo não me agrada.
Hoje você já é carta marcada, jogo de azar,
já dizia o poeta e o povinho na mesa do bar.
Meu amor, a banca jamais se engana.
E neste jogo eu sou de copas, a dama .
Na minha mesa não há espaço pra valetes
Ao meu lado quero só rei com ouros, espadas e paus.

(Obrigada pela inspiração)

terça-feira, 5 de junho de 2007

Uma pedra, João

Mais um João, voltava de qualquer trabalho, todo dia pela mesma estrada, para poder chegar a sua, tão sua casa. E assim era, e vem sido, por muito tempo.
Esta estrada, era mais uma linda estrada, com árvores delimitando seu caminho, e nestas habitavam pássaros livres, belos e frágeis. Observando essas criaturas, João se distraia em seu caminho de volta .A beleza dos pássaros e seus cantos, despertavam secretamente em João o desejo de poder tê-los... lá na sua casa , em uma gaiola, só dele. Ah...- pensava João - os pássaros lhe fariam companhia e assim alegrariam a noite que era tão fria e escura .
João, certa vez, voltando de seu trabalho, pela mesma estrada, para poder chegar a sua, tão sua casa, deparou-se com uma pedra e assim parou para notá-la. Não era tão pequena, mas também não era das enormes, não era valiosa, mas também não era cascalho, não era redondinha, mas também não machucava os pés, era só mais uma pedra. Mas a pedra conseguiu tirar a atenção que João dedicava aos pássaros. João a ouvia, ouvia a pedra dizendo que queria fazer-lhe companhia, que ele a levasse para casa. João por um momento pensou em pegá-la... hesitou, e assim viu que era inútil levá-la. Para que serviria uma pedra? Não era bonita, nem valiosa, e nem tão robusta para que servisse como peso de porta nos dias de ventania. João queria ter em casa era um pássaro, este sim lhe seria útil.
No outro dia, voltando pelo mesmo caminho, deparou-se com a mesma pedra, um pouquinho mais pra frente de onde a tinha encontrado no dia anterior. João sabia que era a mesma, pois ela era a única que falava em seus pensamentos, era a única que o desejava como companhia. E os pássaros continuavam ali.
Passou uma semana, e João a encontrava todo dia, quase no mesmo local, dava atenção a ela, pois ela fazia parte de seu caminho, fazia parte da estrada... mas comparado à admiração que dava aos pássaros esse tempo não era nada. João até percebeu que a Pedra estava mais redondinha, mais polida... mas continuava a ser a pedra que desejava ser levada para casa, a Pedra que não cantava, só falava, não voava, só parada, não brilhava, só amava.
A pedra cada dia mais polida, mais redonda, guardava um segredo... um segredo de pedra: quando passava os cavalos ela aproveitava para polir-se nas ferraduras deles e sedenta esperava cada chuva para desgastá-la um pouco mais e assim a deixar mais notável e desejável. E os pássaros? Continuavam ali. E a Pedra só, amava.
Passou meses, a Pedra todo dia esperava ansiosa por João, que já gostava dela, mas a Pedra era uma pedra!?!
– Ah... os pássaros , se eu pudesse pegá-los....
O tempo passou...
Houve um dia em que a Pedra foi levada por um jovem, não se sabe pra onde o moço a levou, eu só tenho certeza que ela foi feliz. Estava cansada de polir-se para alguém que notava somente os pássaros que voavam alto, não notava os seres que o sustentava em terra firme. Mas naquele dia alguém a desejou, mesmo que fosse para brincar e a arremessar num fundo de rio, para enfeitar algum jardim, ou para quem sabe ser catalogada numa coleção de pedras! A Pedra já redondinha, perfeitamente redonda, era uma Pedra diferente das outras pedras, estava polida pelo tempo, e isso a fazia especial.
João neste dia, quando não a encontrou, assustou-se, seu coração disparou e atordoadamente a procurou no meio das outras pedras e nada achou. Sabia que ela não estava ali, pois se estivesse ele a sentiria. João chorou e tentou convencer-se de que naquele dia estava disposto a levá-la pra sua, tão sua casa.
A Pedra já não faz parte da estrada deste mais um João, mas agora todo dia, ele olha os passarinhos no alto, já alcançáveis, comparados com o que ele deseja: a Pedra do chão.

Fases da face

Hoje pela qüinquagésima vez escutei que meu semblante sorri sempre.
Que tenho em meu rosto um estado de sorriso petrificado... Vim me perguntando, o porque deste rasgo convexo em minha face. Será que tiro sarro da vida? Quem sabe, vejo beleza em tudo? Ou apenas sou boba mesmo?
Porém, há possibilidade de meu sorriso ser um buraco feito pra que as lágrimas não transbordem? Tenho câimbras de alegria?
Pode ser que sorrio inconscientemente obrigada, já que há uma cobrança em feliz?
Ainda não sei porque essa lua crescente permanece em meus lábios... Uma lua que tem medo de ser nova e omitir-se,
de ser cheia e berrar,
de ser minguante até desaparecer!