quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Há volta

Cidade de ritmo de fim.
Gritos, discos, latidos, freadas, buzinhas, sirenes, espamentos.
Escapa ventos negros, pretos, cinzentos...
Um cinza colorido por papeis de bala.
Onde o tom é único
Objeto vira cor.
Lugar onde tudo é demais,
Fico parado.
Assim me sinto vivo.
Com a inércia saio da massa.
Destaco.
Louco, doente, insano, chocado, perdido, assustado
Ao susto,
Pessoas vivem.
Fico parado, porque uma formiga
É ser vivo.
Formigueiro é coisa.

Élá

Acordo e percebo
Que do alto de minha vaidade
No armário de minhas compotas
No susto da solidão
Ta lá você!
Como fiz isso em tão pouco tempo?
Se seu lugar era mais embaixo!
Lá, onde guardo a comida do gato.
Quem sabe um dia te encaixo
Em algum lugar de meu peito
Sim, sem mágoa nem despeito.
Quando limpas as fronhas que respiram.

Eu receio o meu gosto,
Por assim te querer bem.
Sadio quero te ver, sem bombas
Asfixiando com ar sua mente.
Eu quero te ver bem,
Mas não nas próximas 72 horas.
Só bem! Na verdade , só ver. Não sei!

Feliz sigo meu caminho de mãos dispostas
Eu as piso para não as machucar
E quem sabe um dia não te encontre lá!
Esperando o ar comprimido das pêras em conserva.

Cometar

Autor: Pietro, Pedro de Sabá

Num piscar de estrelas a cadente irmã se desfaz
E pelo céu inteiro se esvaiRasgando o seu com luz
Porém ninguém sabe que ela arde
Ela corre pra fugir de si mesma
Ela desaparece em seu próprio corpo
E por alguns segundos se destaca das suas
Sim ela brilha mais neste momento
Ela sente mais dor
Ela pode estar morrendo
E a morte de uma estrela irradia
Mais luz que o próprio sol.
Todos os desejos leva em sua calda...
Leva consigo são seus
E em breve de mais ninguém.
Aos poucos ela volta a se sentir nova
E volta a seu próprio princípio
Somente o pó das estrelas.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Equilibrio - por Diogo Cardoso

um santo que não acreditava em Deus disse:

"a chave para o reino dos céusestá em nossos pés"

em coral uníssono - por um instante -
os pés de todo o mundo abandonaram o chão:


a Terra saiu de seu eixo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Movimento Fluxus - Telefonema

Telefonema


Vo cê li gou pa ra a Em pre sa
On de a sua sa tis fa ção é o nos so ob je ti vo.
No mo men to to dos os nos sos a ten den tes
Es tão o cu pa dos, fa vor a guar dar um mo men to
Pa ra ser a ten di do.

Tãnãnãnãããã, tãnãnãnãnãnãnãnãnãnãnãnãnnnnnnn....

Felipe olha esse gato!
Alô? Alô?
Menino, despendura da estante
Felipe, pega o seu irmão
Na estante
Não... o gato!
Alô, Alô?
Que merda de assistência técnica é essa?
Felipe, olha ele!
Não o seu irmão...
Deixa que o Felipe pega o gato menino.
Alô? Alô?
Felipe segura o menino,
Cuidado o gato, ai meu deus!
o som, cuidado, vai cair...

Bip, bip, bip...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Teias do tempo

O tempo é uma aranha
Que pacientemente tece
Rugas em volta dos olhos.
Ele marca a pele
Pra dizer por quanto ele está lá.
O tempo faz de moradia
a face abandonada por gosto,
e costura um manto
de tramas
Para cobrir o que já passou.
O tempo é uma aranha
Que pacientemente tece
Rugas em volta dos olhos.
Ele as gruda na pele
E faz de presa todas as
Lembranças,
Momentos de amor e de infância,
E nas horas de dor,
Ele acalca sua patas
Com mais ânsia,
Deixando ali o mais grosso fio,
O mais fundo risco
Que abriga a causa,
Indigna de esquecimento.
O tempo é uma exigente aranha
E preciosas teias são essas,
Feitas nos vivos, feitos de vida.

Dedico ao meu amigo Diogo que tanto apoio me dá para escrever. Te amo!

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Apocalipse

Abri uma carta.
Criou-se um mundo.
Lá dentro
As Letras
Aqueceram um sol,
O chão se fez firme
Brotavam mudas,
mudas
Cantavam água
Nascia, tudo nascia...
Nas cartas respondidas fecundava vida.

tempo

A bola de mundo
Não mais cabia na
Carta
Que retangular,
In
Chi, chi, chi, chi
ADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA


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